sexta-feira, 18 de setembro de 2015

014 - Usando Atração Feminina em um Homem Típico...

OLÁ, AMADINH@S DE TOM!!!
Estamos tod@s bem? Jura? É mesmo? Mentira, vey! Que notícia boa! Fico muito feliz por você! Vamos continuar com as boas vibrações!
Crescendo como um adolescente no final dos anos 1990, eu desenvolvi um gosto que não era, particularmente, apreciado pelos meus "pares". Não raro, eu era tachado de "velho" por curtir sons com uma pegada mais sessenta-setentista ou descaradamente pop e não dar muito valor à suingueira nem às invencionices em cima do forró. Meu discman vivia a tocar trilhas sonoras de filmes e cantores "elitistas" ou cantor@s pop que provavelmente tenham caído fora de moda.
Mas hoje, falarei de uma artista que foi exceção à regra. Quando apareceu, estourou bonito e polarizou - não havia quem ficasse indiferente: ou amava a música dela, ou odiava, mesmo. Mas, por algum tempo, me fez estar "in" na esfera musical entre os de meu convívio.

Fonte da imagem: http://www.idolator.com/

Álbum: Male
Artista: Natalie Imbruglia
Gravadora: Portrait Records/Sony Masterworks
Data de lançamento: 31/07/2015
Fonte da imagem: http://www.petaasiapacific.com/
A australiana Natalie Jane Imbruglia já era relativamente conhecida no circuito Austrália/Inglaterra por ter feito parte de "Neighbours" (uma "Malhação" soap opera australiana, que também revelou ao mundo Kylie Minogue, Guy Pearce e Jason Donovan), até que seu primeiro single como cantora a estabeleceu nas mentes noventistas com um sucesso estrondoso: "Torn". De lá pra cá, ela se tornou uma cantora bissexta: poucos álbuns num espaço de dezoito anos, com poucos singles para promovê-los, preferindo sair em turnê por aí por temporadas curtas. No meio tempo entre álbuns, faturou uma graninha como modelo, se dedicou ao ativismo da causa animal e do conhecimento populacional sobre a fístula, casou com Daniel Johns, separou, foi jurada do X Factor australiano e retornou à primeira profissão, estreando nos cinemas num filme esquecível do Mister Bean e depois impressionando público e crítica em "Closed for Winter".
Seis anos após seu último álbum, o injustamente malfadado "Come to Life", ela retorna ao mundo da música em meio às preparações para sua estréia no West End londrino. Como levaria ERAS um tempinho para ela preparar um álbum autoral (lembremos: cantora bissexta), ela resolveu colocar seu novo contrato com a Portrait em ação com um álbum de regravações. Nascia, aí, Male.
Fonte da imagem: http://www.adelaidenow.com.au/

CUIDADO! Em uma mulher não se bate nem com uma flor!
Quando se está longe dos palcos e dos holofotes a tento tempo quanto a srta. Imbruglia, a tentação de voltar com um estouro deve ser enorme. Mas Male, embora seja um retorno cheio de confiança, é um caso de grande discrição frente aos flashes e bips difitais da música corrente nas paradas atuais - o que torna o resultado um enorme alívio algo curiosamente catártico após um dia ouvindo apenas a rádio FM. Trata-se de Natalie dando seus toques em doze canções compostas e interpretadas originalmente por homens.
Pelo resultado final, não parece que ela selecionou as canções por ser uma "canção de um medalhão", ou por ser um grande sucesso - o álbum parece ir além de simplesmente inverter a perspectiva de músicas e seguir um tema fixo de amor e busca do "par ideal". As canções escolhidas certamente estavam presas na cabeça da cantora, e representam muito do que ela precisava por para fora do peito. Ao se voltar para as canções que a ajudaram a passar por momentos difíceis, ela fez sua terapia musical de Male um local para dar cunho feminino a uma mistureba bem selecionada de canções indie e clássicos do rock, com algumas escolhas intrigantes entre elas. De prima, o espírito do álbum não está longe da doce melancolia que ela evocou em "Torn" - que já completa a maioridade - e que a guiou por quase toda a sua carreira. Sua voz lembra uma Olivia Newton-John pré-Grease (terreno perigoso se não se tem o gogó necessário), e é sempre um refresco ouví-la.
Fonte da imagem: http://Fwww.dailymail.co.uk/

Natalie ruleia ao vivo!
A música que abre os trabalhos e primeiro single, "Instant Crush", é um explosivo. Do mesmo modo que ela tornou a canção de Ednaswap sua e ganhou o Troféu Danni Carlos se tornou a referência dela, Natalie desconstruiu e transformou a faixa eletrônica "Instant Crush", do Daft Punk, em sua suave canção pop. A dor que existe em sua voz - sua marca registrada, casa perfeitamente com a letra da canção, e a põe na frente, ao contrário da original, onde a voz de Julian Casablancas se afogava em vocoder e efeitos robóticos.
Ela leva sua Austrália natal no álbum ao imergir em "The Summer", de Josh Pyke, antes de se voltar ao continente americana na aconchegante de "Naked as We Came", do Iron & Wine e à morbidez de "I Will Follow You into the Dark", da Death Cab for Cutie.
Fonte da imagem: http://www.spin.com/

Natalie ruleia no karaoke, também!
Corações partidos obviamente, fazem parte da receita - e a chorosa "Goodbye in Her Eyes", da Zac Brown Band, encontrou em Imbruglia sua intéprete perfeita para lamentar ("Ele encontrou o que ele procurava, e eu sabia que não era eu."). Eu curto esta canção, em especial, por mostrar Natalie entregando um estilo de performance vocal diferente de tudo o que ela já havia mostrado em seu repertório. Eu quase não reconheci "Only Love Can Break Your Heart". O clássico de Neil Young. Casando sua voz melancólica com um solitário e praticamente inaudível baixo.
O humor de Male não é de todo amuado. Na exata metade do álbum, tem um bluegrass esperto completado por palmas ritmadas com bandolim - e qual não é a bizarra surpresa de saber que se trata "Friday I'm in Love", da The Cure? Se a Sony e Imbruglia tiverem juízo, este será o segundo single, de preferência atrelado a alguma série de televisão ou um filme com perfil de grande alcance. "Let My Love Open the Door", de Pete Townshend, ganhou uma versão brilhante e alegre. Também a versão acústica de Natalie para a "The Waiting" de Tom Petty e os Heartbreakers é animada.
Fonte da imagem: http://www.spin.com/

Natalie relaxa!
Um álbum como Male não é novidade. Antes de Natalie Imbruglia fazer um álbum de canções "de homens", Tori Amos fez "Strange Little Girls" em 2001, e Rumer utilizou deste recurso para escapar do temido "bloqueio de escritor" com "Boys Don't Cry", em 2012. Ainda assim, é uma ousadia de uma cantora talentosa cujo último álbum de material original, "Come to Life", encalhou tão miseravelmente quando lançado na Austrália em 2009 que sequer ganhou um lançamento na Inglaterra.
Quando a cativante Natalie Imbruglia estava em seu pico comercial, ela foi aclamada como a sexta mulher mais naturalmente bonita do mundo por especialistas em moda. Male é, até aqui, o melhor álbum que ouvi neste 2015. Este retorno sutil, mas sincero, com um primeiro single forte e uma coleção diversa de canções e gêneros, prova que ela é muito mais do que apenas um rostinho bonito.
Fonte da imagem: http://www.portraitrecords.com/

Natalie divando pra fechar o post!
Bem-vinda de volta, Natalie, você fez falta! Por favor, não demore tanto para trazer um novo álbum!

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