sexta-feira, 23 de junho de 2017

Levantando, Aquecendo e Pondo um Som pra Tocar

OLÁ, CRIONÇAS!!!
Que estão aprontando, hein? Olhem, olhem, se comportem! Nada de ficar zanzando por aí desse jeito, hein? Tio Tom não gosta!
Sejam tod@s bem vind@s a mais uma edição da minha, da tua, da sua, da nossa, da vossa, da del@s... Discoteca!
Eu adoro quando amigos aparecem com materiais novos para mostrar. A gente simplesmente fica empolgado para ouvir, mesmo que haja uma séria possibilidade não curtirmos o que ouvimos e fiquemos sem graça de dizer, depois, não é, mesmo?
Desta vez, foi um pouco diferente. Este trabalho não me foi mostrado com antecedência, só o ouvi quando do seu atual lançamento, mesmo. E nem sei se a amizade gostaria que eu falasse dele, agora. Mas não será isso o que irá me impedir de ser bem franco se eu achar uma bosta (como eu já fiz antes, né) porqueira dividir meus pensamentos com vocês, amadjeenhes de Tom!
Tod@s preparad@s? E vamos aos trabalhos!

Fonte da imagem:https://favoriterecordings.bandcamp.com/

Single: Perdidos e Bobos
Artista: Lucas Arruda
Gravadora: Favorite
Data de lançamento: 21/06/2017
Fonte da imagem: https://myspace.com/dublack
Se eu disser de onde eu conheço Lucas Arruda, minha resposta mais sincera será "não lembro". Eu realmente não tenho idéia de como surgimos nas vidas um do outro - meu palpite fica em alguma comunidade perdida no extinto Orkut, ou por conta de sua banda, a maravilhosa Du Black - sim, eu sempre fui um rato de mp3 e curto caçar sons massas que ninguém ao meu redor conheça. Enfim, a memória falhou em como nos conhecemos, mas a música nos rendeu bons papos e até estarmos no Facebook um do outro. Mas não é pra falar das minhas amizades que criei esta Discoteca, né? Vamos ao que interessa:
Lucas é espírito-santense, da cidade de Guaçuí. Vindo de uma família de músicos, é lógico que o bichinho da música o morderia ele seguiria os passos. Com 13 anos, o moleque já estava tocando profissionalmente e logo ele pegou seu teclado e foi se juntar ao irmão Thiago Arruda e aos amigos Artur Avelar e Jeffersom Lourenço para formar a Du Black, uma das bandas mais bem-sucedidas do seu estado.
Fonte da imagem: https://www.facebook.com/lucasarrudaofficial/
Após realizarem shows Espírito Santo adentro, a banda resolveu gravar músicas próprias em estúdio e publicá-las no saudoso Trama Virtual. Logo tomaram as rádios estaduais de assalto, e surgiram mais shows e participações em eventos importantes. E assim, a Du Black levou seu funk-soul setentista para as paragens européias.
Eventualmente, a banda parece ter cessado suas atividades e o rapaz Arruda montou um estúdio e passou a produzir para outros artistas. No meio-tempo, começou a experimentar sons em solitude - ainda na veia funk-soul, mas com pegadas maiores de samba, rock e pop que as da Du Black. E suas demos logo encontraram as mãos do chefão da gravadora Favorite, e assim, tal qual seus conterrâneos SILVA e Bernardo John, Lucas se tornou mais um capixaba com uma carreira-solo cristalizada.
Fonte da imagem: https://www.facebook.com/lucasarrudaofficial/
Com dois álbuns DUCARAL... super elogiados pela crítica especializada, "Sambadi" (2013) e "Solar" (2015), embaixo do braço, Arruda já está com os trabalhos de seu terceiro álbum-solo bem encaminhados - tanto que ele nos apresenta Perdidos e Bobos.
A canção apresenta uma evolução temporal sobre o som dos álbuns anteriores. Perdidos e Bobos não ficaria perdido em qualquer coletânea de sucessos nas rádios brasileiras entre 1978 e 1983. Mas não deixa de ter uma característica bem de Lucas: é como se Ed Motta quisesse brincar de ser Guilherme Arantes num álbum de Stevie Wonder, ou num de Djavan, mas com a voz aveludada que só Arruda tem no cenário pop brasileiro atual.
Fonte da imagem: https://www.facebook.com/lucasarrudaofficial/
A letra é solar (trocadilho intencional): um chamado para um amor puro e despreocupado em meio à rotina. Juntou à batida oitentista, a um super solo de guitarra meio jacksoniano e temos um post-disco fofo até dizer basta, mas pronto pras pistas de dança mundiais.
Além da faixa em suas versões com vocais e em dub, Lucas também nos dá de brinde um b-side, "Onda Nova", um samba-funk cheio de suingue digno de trilha de novela, onde ele mostra toda a influência que o grande Marcos Valle tem em seu som.
Perdidos e Bobos mostra um artista em busca de expandir seus horizontes musicais, mas sem negar seu passado ou se desgarrar dele. Se forem indicativos do que aguardar de seu terceiro álbum, mal posso esperar!

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