domingo, 27 de dezembro de 2015

038 - Batendo os Sinos Pequeninos de Belém...

OLÁ, AMADJEENH@S DE TOM!!! Garoto bonito, garota esperta, auau danad@, miau folgad@, piupiu cantante! Bem-vind@ à Discoteca!!!
Como passaram os primeiros festejos? Espero que muito bem, que tenham comido bastante - e inclusive estejam vivendo do “restô-dontê”, do “restô-dantontê”... Afinal, o que sobra da ceia natalina provavelmente vira refeição até o réveillon!
Em minha busca incessante por canções festivas - adoro fazer isso, não importa a época -, eu percebi que tenho vários gigabytes de álbuns natalinos baixados ao longo de minha vida cibernética. Então, por que não falar de mais um, por aqui?
E vamos aos trabalhos!

Fonte da imagem: https://mattwertz.bandcamp.com/

Álbum: Snow Globe
Artista: Matt Wertz
Gravadora: Provident
Data de lançamento: 15/11/2011
Fonte da imagem: http://cargocollective.com/
Encontrar um álbum pop natalino que fuja dos chavões já é tarefa hercúlea. Afinal, a maioria ou se aventura no reverencial (seja religioso, seja no puro cancioneiro cheio de naftalina ou já gasto de tanto ser revisitado) ou vai fundo na mais pura melosidade – não que qualquer um destes caminhos seja algo errado, mas apenas estes dois caminhos torna todos os álbuns mais-do-mesmo. Então, encontrar um álbum pop natalino semi-original como Snow Globe é coisa pra glorificar o Senhor – já é época de lhe dar os parabéns pelo seu nascimento, né? Aproveita e faz tudo!
Fonte da imagem: http://cargocollective.com/
Seu responsável, Matthew Stewart Wertz, é um cantor-compositor originário da cidade de La Vale, no estado estadunidense (nossa, quanta cacofonia) de Maryland e baseado na lendária Tennessee, que está na estrada desde os seus tenros doze aninhos (ele já está a caminho dos 40, façam as contas!). Apesar de não ser tão conhecido, ele tem várias canções figurando em seriados e filmes de grande perfil, como “Brothers and Sisters” e “Wildfire”. E além de cantar e compor, ele também carrega um diploma de designer industrial pela Universidade de Illinois. Em sua já extensa carreira, ele já fez turnês com nomes como Hanson, Jon McLaughlin, Jason Mraz, Jamie Cullum, Gavin Degraw, Five For Fighting, Ben Rector e Jars of Clay. E em 2011, ele resolveu investir no filão festivo.
Fonte da imagem: http://cargocollective.com/
Claro, como em qualquer álbum pop natalino, Snow Globe conta com alguns clássicos e, como os mais recentes, conta também com regravações de canções mais modernas: um toque jazzístico nas veias de Michael Bublé em “White Christmas” (com participação de Dave Barnes) aqui, um instrumental esperto do clássico Peanutiano “Christmas Time Is Here” acolá, a regravação de “Tennessee Christmas” tem a participação luxuosa de sua autora, Amy Grant...
Fonte da imagem: http://cargocollective.com/
As releituras são bem legais, mas é o material original que brilha em Snow Globe! A faixa-título é contagiante, forte candidata ao posto de “All I Want for Christmas Is You” dos 2010, com suas palmas, seu piano e seus “la, lala-la” – sem esquecer o clipe, que é engraçadíssimo (pelamordedels, O QUE É AQUELE FIGURINO???!). Na mesma vibe, há “Christmas Just Ain't Christmas Without You”. Tem R&B com suingue (“Wake Up, Wake Up” – também com Dave Barnes, e “Christmas Just Does This to Me”) e as obrigatórias baladas.
Fonte da imagem: http://cargocollective.com/
O que mais amo e mais odeio em álbuns natalinos também está presente em Snow Globe: as tradicionais faixas caça-lágrimas. Wertz não tem o menor pudor de soltar um coro infantil (o Nashville Children's Choir) em sua versão de “O Holy Night” ou de cantar “Have Yourself a Merry Little Christmas” pra uma manteiga-derretida . Odeio esse cabra por isso!
Matt Wertz circula com desenvoltura entre as vibes de country boy, hippie rocker e soulman de voz aveludada e relaxada, o que o deixa em grande vantagem vocal sobre contemporâneos como John Mayer e Jason Mraz. Seu estilo de composição é similar, também, cheio de vontade de por o coração para fora ao contar suas histórias. Fico feliz que ele não tenha deixado estas qualidades de lado num projeto como Snow Globe, mas sim fazê-las trabalhar numa nova perspectiva (“Wake Up, Wake Up” tem toda a excitação infantil à espera do bom velhinho; “Christmas in the City”, todo o carinho de um casal a turistar por Nova Iorque em pleno Natal).
Fonte da imagem: https://vimeo.com/

TODO MUNDO! "Sometimes I wish I lived in a SNOOOW GLOOOBE..."
Embora o Natal já tenha passado, os festejos natalinos vão até o Dia de Reis, então, não é tarde demais para fazer de Snow Globe uma adição bem-vinda à discoteca do feriado. É divertido e audível como uma trilha sonora para o empacotamento dos presentes (se você não for daquel@s que já saem das lojas com os presentes prontos), mas é rico e belo o suficiente para uma noite tranquila com @s querid@s de seu coração!

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

037 - Parabéns, Jesus!

Amanhã é véspera de Natal! Nada mais justo, então, que dar a tod@s vocês, de presente, mais um pedacinho de minha amada Alagoas. Até mesmo a Filmoteca entrou indiretamente na onda quando homenageamos Marília Pêra ao referenciar um filme de Cacá Diegues. Logo, logo, a Biblioteca seguirá as irmãs na onda, aguardem novidades! Mas por ora, voltamos à Discoteca:
Após quase dois meses, quando falamos de Millane Hora, chegou a hora de falar sobre talvez o terceiro maior produto musical de exportação alagoano, atrás apenas de Hermeto Pascoal e Djavan. Já sabem de que grupo falo?
Vamos aos trabalhos!

Fonte da imagem: acervo pessoal

Álbum: Cantando o Natal
Artista: CORETFAL
Gravadora: Independente
Data de lançamento: 30/11/2004
Fonte da imagem: http://www.bairrosdemaceio.net/
O Coral da Escola Técnica Federal de Alagoas iniciou suas atividades em 1975, pelas mãos da maestrina Maria Augusta Monteiro, objetivando difundir a cultura musical pela antigas Escolas Técnicas Federais (hoje, Institutos Federais). Quando a maestrina Fátima Menezes assumiu, na década de 1980, o CORETFAL adquiriu uma qualidade única entre seus pares, à época: incrementou seu repertório ao aliar (e valorizar) a Música Popular Brasileira e o folclore às peças eruditas tradicionais neste tipo de grupo vocal, e sempre apresentando ao público alagoano espetáculos temáticos de alto valor técnico e artístico – misturando música, teatro, dança e efeitos tecnológicos (e ao mundo, saindo em turnê nacional e mundial quando a verba cedida pelo Instituto assim o permite).
Fonte da imagem: http://www.melhornoticia.com.br/
Tendo o CORETFAL atingido alto status entre seus pares mundo afora, seus produtos também deveriam estar à altura. O trabalho da Promarka com na parte gráfica é muito bonito, remetendo aos trabalhos com xilogravura tão inerentes ao nordeste brasileiro. Mas o encarte tem alguns erros de digitação e de creditação das canções que não são admissíveis em um trabalho que deve ser primoroso.
Musicalmente, mesmo com todo o apuro técnico e cênico, alguns problemas acompanham o CORETFAL ao longo de seus quarenta anos de atividade, e um deles ficou bem evidente neste registro: os erros de pronúncia quando resolvem cantar em outra língua (como o clássico oscarizado "White Christmas", de Irving Berlin) - não estou dizendo que tod@s são obrigados a saber uma outra língua, longe de mim. Mas posso dizer, sim, que você se obriga a fazer prosódia se resolve se aventurar em uma língua desconhecida - quem quer fazer algo, faz direito. E também não me refiro a sotaques carregados, nada disso. É possível falar e cantar línguas estrangeiras sem perder sua essência - o ABBA está aí para provar que sotaque forte não é desculpa para desleixo com línguas estrangeiras (e eles cantavam em inglês, espanhol, alemão e francês).
Fonte da imagem: http://www.maceio.al.gov.br/
Mesmo um mestre como Almir Medeiros também pode cometer seus enganos. A versão de "Adeste Fideles" parece algo que a banda Calypso (avec Joelma) provavelmente faria como parte de seu repertório low tempo se estivesse na ativa durante a primeira metade dos anos 1990. Realmente um desserviço com uma canção tão imponente e desnecessário para o álbum.
Mas, para não pensarem que eu sou um monstro desamado e sem espírito natalino, falemos de grandes acertos, também: "O Tannenbaum" é canção natalina alemã escrita por Joachim August Zarnack e Ernst Anschütz sobre uma outra canção de Melchior Franck (somente Anschütz foi creditado no álbum) ganhou letra original pelas penas do arranjador e da maestrina, intitulada "Nasceu Jesus". O arranjo em ritmo de reggae foi uma escolha arriscada (eu pessoalmente não gosto do ritmo) - mas o CORETFAL nunca caminhou pelo lado seguro da calçada. E o risco compensou. A canção ganhou uma leveza que a tornou ainda mais bela.
Fonte da imagem: http://gazetaweb.globo.com/
Ao final, a soprano Leda Queiroga faz um belíssimo solo na "Ave Maria" de Charles Gonoud. Tão belo que colocou o côro em terreno perigoso de soar desnecessário. Ainda assim, não haveria forma melhor de finalizar Cantando o Natal.
Ao final da jornada de Cantando o Natal, a força do Coral do Instituto Federal de Alagoas se mostra: o silêncio que se faz parece preenchido pelas vozes a ecoar - mas, na verdade, é meramente o vazio a pedir um novo aperto do play.
Você daria? Eu, sim!

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sábado, 19 de dezembro de 2015

036 - A Assar Castanhas Numa Fogueira...


Fonte da imagem: https://www.facebook.com/ZepoEirbag

Álbum: Christmas Classics & Nutcracker Sweets
Artista: Zepo Eirbag
Gravadora: Red Queen Music - Sound Axis
Data de lançamento: 03/12/2013
Fonte da imagem: http://robertazanatta.com.br/
Zepo Eirbag é ninguém mais, ninguém menos que nosso amigo Gabe Lopez, querendo fazer alguma graça - mas vocês suspeitaram desde que viram a gravadora, né? O "airbag" é um projeto natalino instrumental do moçoilo - como quando a Adriana se transforma em Partimpim.
O senhor Lopez pôde mostrar sua treinamento clássico ao meter seus dedos no clássico dos clássicos natalinos: "O Quebra-Nozes" de Tchaikovsky - das oito faixas de Christmas Classics & Nutcracker Sweets, cinco são passagens do famoso balé.
Fonte da imagem: http://sabetudo.xpg.uol.com.br/
As outras três faixas também são clássicos do cancioneiro natalino anglosaxão, como está claro no título do álbum: "It Came Upon a Midnight Clear" (apenas a melodia de Richard Storrs Willis), "Hark! The Herald Angels Sing" (numa releitura altamente festiva pra melodia solene de Felix Mendelssohn) e uma fofíssima versão de "Angels We Have Heard on High" (se preferirem, os mais puristas a conhecem como Antonio Vivaldi a nomeou: a canônica "Gloria in excelsis Deo").
A instrumentação é tradicionalíssima do que se espera em um "álbum de Natal", mas em pequenos detalhes, como um instrumento não esperado, você percebe que há um popstar no meio do processo a querer mostrar sua inventividade.
Eu senti falta de ouvir a voz angelical de Gabe, mas compreendo que esta não é a proposta do projeto Zepo Eirbag. A proposta é fazer aquele álbum que possa ser tocado numa reunião familiar natalina e que, possivelmente, possa despertar aquele brilho no olhar de um adulto mais atento ao que ouve e o encantamento aos ouvidos infantis.
Fonte da imagem: https://pt.wikipedia.org/

Noite feliz... Noite feliz...
Christmas Classics & Nutcracker Sweets é um álbum bem curtinho - mal passa dos vinte minutos de duração. Dá uma enorme vontade de "quero mais". Espero ouvir mais de Zepo Eirbag no futuro, afinal, já se vão dois anos.

VEJAM TAMBÉM!
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Alex Nazário Silva Oliveira, Clarice Maia F. de Amorim e Rosângela P. de Lyra Lemos
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"Lights Out"
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