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Álbum: A Turma do Balão Mágico
Artista: A Turma do Balão Mágico
Gravadora: Columbia/
Sony Music-BMG
Data de lançamento: 2013
A Turma do Balão Mágico foi um fenômeno! Não há outro termo para explicar o sucesso que aquele grupo de crianças fez na primeira metade dos anos 1980. Foi uma sacada de gênio: com o sucesso de empreitadas como a gravação do elenco da peça
"Os Saltimbancos", dos filmes d'
Os Trapalhões e especialmente d'
"A Arca de Noé", alguém pensou em colocar CRIANÇAS PARA CANTAR PARA CRIANÇAS! E a resposta do público foi imediata e estrondosa.
Fonte da imagem: http://www.edgardpocas.com.br/ Claro que nem toda a vontade do mundo e todo o talento das crianças seria suficiente se não houvesse um cérebro e um talento sensível a guiar todo o conjunto. O maior responsável pelo fenômeno
Turma do Balão Mágico atende pelo nome de
Edgard Poças. Nome já consagrado, com prêmios nacionais e internacionais por seus
jingles e com nomes como
Baden Powell,
Edu Lobo,
Francis Hime,
Elizeth Cardoso,
Norma Bengell,
Odette Lara,
Paulo Autran,
Susana de Moraes e
Vinícius de Moraes em seu
curriculum vitae,
Poças tinha o nome, o prestígio e o talento que a CBS (hoje, Columbia) buscava para seu novo projeto.
Ao ser convidado para fazer o repertório que seria gravado pela
Turma do Balão Mágico em seu primeiro disco, ele jamais imaginou que as canções estrangeira que a gravadora lhe enviaria para versar acabariam por lhe tomar quase toda a década de 1980. Quando "A Galinha Magricela" estourou nas rádios do país do dia para a noite, o
Balão deixou de ser um simples projeto para se tornar algo muito maior e
Edgard se viu letrando mais canções estrangeiras para o elenco infanto-juvenil da CBS (como
Dominó,
Angélica,
Jairzinho & Simony) e até de fora (
Xuxa,
Menudo,
Polegar,
Eliana etc.). E com liberdade para composições próprias, tanto para o
Balão (que raramente as utilizava por pressão da gravadora), como pelos nomes consagrados:
Tim Maia,
Simone,
Erasmo Carlos,
Moraes Moreira,
Gal Costa,
Mônica Salmaso,
Léo Jaime, entre tantos outros.
A Turma do Balão Mágico foi bem além d'"A Arca de Noé" e lançou um enorme filão - que demoraria uma década para arrefecer. AH! Quer outra informação legal? Além de tudo isso, ele também é o pai da
Céu!
Fonte da imagem: http://gazetaonline.globo.com/ Falar dos integrantes do
Balão torna obrigatório começar pelo seu nome mais famoso:
Simony Benelli Galasso. A líder inconteste do
Balão vem de família circense, e começou muito cedo: já aos três anos, ela era um protótipo
com talento da menina
Maísa no
"Programa Raul Gil", e alguns anos depois a CBS a convidou para um projeto junto a
Tob. Com o álbum quase completo, chegou
Mike. E nasceu
A Turma do Balão Mágico. Formação vai, formação vem, e
Simony foi o único membro original a permanecer no grupo até o fim.
Após o fim, formou dupla com
Jairzinho e experimentou um breve
revival em popularidade. Com o final da dupla, veio a "inevitável" carreira-solo (puxado pelo sucesso que foi
o assassinato a versão de
"I Should Be So Lucky", de
Kylie Minogue). Ao mesmo tempo, a televisão a chamou de volta - primeiro na finada
Manchete (onde foi eventualmente substituída por Angélica); depois, na
emissora de Silvio Santos!
Na metade dos anos 1990,
Simony retornou com um N a mais em seu nome e uma série de
hits - curiosamente, todos regravações de canções que estouraram em ondas brasileiras nos anos 1980:
"Primeiros Erros (Chove)", de
Kiko Zambianchi;
"Quando Te Vi", versão de
Ronaldo Bastos (gravada por
Beto Guedes) para
"Till There Was You", de
Meredith Wilson (que eventualmente virou um
hit para os
Beatles no início da década de 1960); e
"Certas Coisas", obra de
Lulu Santos. Infelizmente, sua carreira-solo, tão promissora, estagnou e esmaeceu. E logo
Simony (já nos anos 2000 assinando Symony) se viu mais conhecida por suas experiências pessoais (e eventuais ensaios para revistas masculinas e candidaturas políticas) que pela atividade que um dia a tornou célebre. Ainda assim, seus lançamentos, mesmo que bissextos, conseguem vendagem expressiva por parte de um público cativo. Atualmente, já voltando a assinar seu nome como na carteira de identidade, ela deixou o
pop um pouco de lado e voltou para o público infantil - e parece que a mudança tem sido a medida mais acertada.
Fonte da imagem: http://ego.globo.com/ Vimerson Canavilla Benedicto foi o primeiro a entrar no
Balão, tendo uma experiência prévia como modelo e ator de comerciais e cantando em programas de calouros. Aparentemente, foi o único que entrou sem convite - teve que fazer teste na gravadora. Assim que ganhou sua vaga, a gravadora já foi lhe apelidando de
Tob, por achar que as crianças
são muito estúpidas e não saberiam falar "Vimerson".
Ele já era bem mais velho que
Simony e
Mike (era um rapazinho de 11 anos com uma menina de 5 e um menino de 8), mas como não era muito grande e era um cantor muito melhor que os outros dois, "dava pra passar", e ficou cantando os vocais principais de quase todas as canções - isso até 1985, quando a puberdade chegou e
acabou com a festa cobrou seu preço: a CBS o retirou da banda quando ele estava com 14 anos, substituindo-o por
Ricardinho. Sua última participação no grupo foi uma gravação de
"A Banda", clássico de
Chico Buarque para o álbum "Grandes Nomes da MPB Especial", onde sua voz simplesmente não se encaixava, mais, com os companheiros de grupo.
Após seu afastamento relativamente brusco,
Tob gravou um EP em carreira-solo, mas a repercussão foi próxima do zero. Então, ele partiu para sua outra paixão: o futebol. Atuou como centroavante no time juvenil do Palmeiras, mas desistiu após duas temporadas e foi estudar Rádio e TV, onde descobriu o teatro. Formou-se ator profissional, e fez, também, o curso de cinema Fátima Toledo - vindo a participar de várias peças teatrais (algumas fora do Brasil), comerciais de TV e alguns curta metragens.
Fonte da imagem: http://www.correiobraziliense.com.br/ Michael Biggs (ou
Mike) é filho dum cabra famosérrimo: ninguém menos que "o ladrão do século" (XX):
Ronald Biggs, o homem inglês que assaltou o Trem Pagador. Ele fugiu da prisão e viveu foragido em vários países, antes de se "estabelecer" no Brasil, onde encontrou sua companheira e gerou o seu garoto. O que Ronald não esperava era voltar aos noticiários por ser seqüestrado! "E o que o
Balão tem a ver com isso?", me perguntam vocês, leitor@s ansios@s - e eu respondo agora:
Mike apareceu nos noticiários a chorar, pedindo pela devolução de seu pai - e chamou a atenção dos produtores da CBS, e ganhou sua vaga junto ao grupo que já tinha
Simony e
Tob. No primeiro álbum, ele tem uma canção-"solo":
"Oh, Suzana!" - porque é a única que ele sabia. O resto do disco o relegou ao coro.
Eventualmente, ele sofreria do mesmo mal de
Tob: a puberdade. E teria o mesmo destino: a CBS o cortou da banda logo após a finalização do álbum de 1986, o substituindo por
Marcelinho - se bem que o grupo já estava agonizante, nem deve ter feito tanta falta, imediatamente.
Após o fim do
Balão,
Mike largou o
show business. Eventualmente, Ronald
ficou velhinho e viu a situação do SUS teve uma crise de consciência, e resolveu pagar sua dívida com a sociedade inglesa e retornar para cumprir o resto do tempo de cadeia. Toda a família o acompanhou à Inglaterra. Lá, ele e sua companheira casaram civilmente e
Mike conseguiu obter a cidadania britânica. Hoje,
Mike voltou a tocar e atua como empresário.
Fonte da imagem: http://produto.mercadolivre.com.br/ Jair(zinho) Oliveira entrou num
bem branco Balão em 1984, após o lançamento do segundo álbum, graças à sua participação num
show no Maracanã, onde ele deveria se apresentar com
Pelé, mas acabou se apresentando sozinho, e levando o público no bolso. Ajudou também um fator semelhante ao de
Mike: seu pai. A diferença é que o pai de
Jairzinho é um ícone da MPB:
Jair Rodrigues. E como dizem que "filho de peixe, peixinho é"...
Ele ficou numa posição curiosa na banda: gravava os discos, aparecia no programa, mas nunca saiu em turnê junto com
Tob,
Simony e
Mike. Ele apenas viria a assumir as canções "mais românticas" com a garota - e também a maior parte dos solos - e entrar no palco quando
Tob foi posto para fora do grupo pela gravadora, no segundo semestre de 1985.
Fonte da imagem: http://www.abcdoabc.com.br/ Depois de enterrar de vez o
Balão com o fim da dupla com
Simony,
Jairzinho formou a banda
Jairzinho e a Patrulha do Barulho com a irmã
Luciana,
Cinthya Rachel (sim, salabim, a Biba do
"Castelo Ra-Tim-Bum"!) e Vânia Estela. Mas logo largou tudo e foi estudar música nos Estados Unidos. Então, chegou a época do ressurgimento:
Jair largou o "zinho", adotou seu sobrenome e se tornou, de longe, o membro mais bem-sucedido artisticamente do
Balão. Mesmo com duas sombras grandes em suas costas, ele cavou um nicho para si e fez seu nome, hoje circulando livre como produtor, compositor e cantor de sambas,
jazz, MPB, R&B, pop e até livros infantis musicados - tanto para si como para os mais variados artistas (sua irmã entre eles). Aliás, mais digna de nota é a inclusão em seu currículo foi seu papel crucial no estabelecimento da gravadora
Trama como uma fonte de lançamentos musicais de qualidade na cena brasileira, graças à sua produtora S de Samba trabalhar com quase todo o elenco. Aliás, a
S de Samba viria a se tornar um selo independente alguns anos depois. Vão achando que o rapaz é fraco!
Fonte da imagem: http://folhaz.com.br/ Luciana Mello entrou no programa já em 1986, no "início do fim". Não gravou nenhuma música para um disco, nem chegou perto de algum palco com a banda - sua experiência musical ficava a cargo de encantar o público dos
shows de papai Jair - ou seja: a CBS mongou geral em deixar essa menina passar.
Após o fim do
Balão,
Luciana continuou a gravar e cantar com o pai e se juntou a
Jairzinho na
Jairzinho e a Patrulha do Barulho. Com o fim desta nova banda, ela também foi estudar música nos Estados Unios; mas, ao voltar, se jogou na noite paulistana e foi fazendo seu nome como cantora e dançarina. Quando deu por si, já estava no elenco da Trama sendo produzida por seu irmão e com uma música nas rádios do sudeste brasileiro.
Luciana nunca estourou como
Simony e sempre voou um tanto "fora do radar"; mas quietinha, a filha mais nova de Jair Rodrigues se firmou como uma das divas da música brasileira. Passeando pelos mais variados ritmos negros (
disco, samba, roda, e especialmente o R&B) - até mesmo flertando de leve com a música eletrônica, ela também fez seu nome devagar e sempre - só lhe falta um grande
hit para cimentá-la de vez no imaginário coletivo brasileiro. Claro, ela emplacou
"Simples Desejo",
"Assim que Se Faz" e
"Prazer e Luz", mas nenhuma das três foi um sucesso estrondoso pelo país inteiro como os
singles noventistas de
Simony, por exemplo. Mas sua atitude mais serena indica que ela não está desesperada atrás de um #1 nas paradas. Atitude muito legal de uma artista que sabe o seu valor e seu tempo.
Fonte da imagem: http://simonystar.blogspot.com.br/ Luciana Benelli foi mais uma que entrou para
A Turma do Balão Mágico via laços familiares - mas, desta vez, um bem mais direto: é prima de
Simony. Assim como a outra
Luciana, ela nunca gravou um disco, nem saiu em turnê - retifico-me: ela participava dos
shows que ocorressem aos fins-de-semana e na Grande São Paulo. Sua participação era resumida à televisão - onde entrou ainda em 1984, substituindo a prima durante as férias, e lá permaneceu, mesmo após sua volta. Mas mesmo antes de aparecer no programa, ela já tinha uma "vida própria" como artista: um EP com algumas músicas de gosto, digamos, "pitoresco" (sério, uma das canções se chama "Eu Quero Fazer Pipi, Papai"!!!), foi lançado em 1984.
Após o fim do programa, ela largou a vida artística e foi ser uma criança comum. Atualmente, se tornou mãe de família e trabalha em uma clínica.
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Galera, eu não consegui nenhum informação sobre
Ricardinho nem sobre
Mauricinho. Fica aqui o apelo: quem tiver alguma informação, por favor, dá um
help aqui, nos comentários, beleza? Ficarei eternamente grato (e, óbvio, vamos divulgar a informação com fonte, porque eu só tenho isso pra oferecer, mesmo)!
Infelizmente, com a saída de
Tob, parece que o público foi perdendo o interesse na Turma. Os discos já não vendiam essas maravilhas (alguém, por acaso, se perguntou a razão de NENHUMA canção do álbum de 1986 figurar nesta coletânea? Não é pelo álbum ser ruim
- mas que é ruim, é, sim!, ou pelo o álbum
ser um produto Somlivre não pertencer à Sony-BMG: é por ele ter "encalhado" nas prateleiras - se alguém considera 500 mil cópias vendidas como "encalhe"!), os remanescentes (junto com o novo integrante,
Ricardinho) também foram crescendo muito rápido
para a gravadora, e seu programa na Globo estava prestes a ser cancelado e ceder espaço para um novo fenômeno, muito
xou...
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Mike, Simony, Ricardinho e Jairzinho com os pais, segundo semestre de 1985
Mas enfim, falei muito na banda e não falei deste álbum! Trata-se de uma coletânea lançada pela Columbia em 2013 (e relançada todos os anos até aqui), com o mais puro desejo de
capitalizar em cima satisfazer os corações saudosistas dos adultos que foram crianças na década de 1980 - e quiçá formar um novo público nas crianças da década de 2010.
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Mike, Tob, Jairzinho, Luciana e Simony no programa de TV, 1984
Os grandes sucessos são obrigatórios neste tipo de lançamento: aqui se encontra "A Galinha Magricela", "Superfantástico", "Amigos do Peito", "Se Enamora" e "Ursinho Pimpão". Clássicos como "Baile dos Passarinhos", "Ai Meu Nariz!", "Bombom" e "O Trenzinho" também figuram aqui. A produção continua tão primorosa agora quanto era trinta anos atrás, e a remasterização das fitas só fez realçar o bom trabalho que Edgard Poças exigia dos produtores, dos pequenos intérpretes e também da gravadora. E o resultado é bem coeso, mal dá para saber que o disco cobre quatro álbuns e cinco crianças nas mais variadas formações se não olhar o encarte!
Como é certo neste tipo de lançamento, as ausências também se fazem sentir:
"Barato Bom É da Barata" e
"Não Dá pra Parar a Música" ficaram inexplicavelmente de fora.
"É Tão Lindo" deve ter ficado de fora por conta de
Roberto Carlos (duvido que haja outra razão!). As canções que não fizeram parte de álbuns (
"A Banda",
"Não Fique Tão Sério") também se encaixariam perfeitamente, aqui! Eu pessoalmente, acho que a CBS deveria ter dado uma chance ao álbum de 1986, sim, e buscado os direitos das jóias ali perdidas:
"Roda Roda Pião" e a lindíssima
"Que Cantam as Crianças". Imperdoável, mesmo, é a ausência da minha favorita,
"Quadrinhas e um Refrão"! Ainda assim, as escolhas não deixam de formar um álbum correto, e não comprometem tanto assim o resultado final.
O álbum também traz um DVD com cinco clipes que rolaram na programação da Rede Globo - um deles é "Juntos", com participação da
Baby do Brasil (então, Consuelo). Os clipes deviam ser o máximo naquela época; mas j]hoje, são só toscos, mesmo! Ainda assim, eles apertam aquele botãozinho maravilhoso do saudosismo, o que me faz dizer CINCO CLIPES, SÓ? ISSO É SÉRIO?
Eu fiquei meio incomodado em ler o encarte e não ver os nomes de
Jane Duboc, ou do
Castrinho inclusos entre as participações especiais das faixas, enquanto
Djavan e
o cientista político, proto-pai e salgadinho de festa infantil Fábio Jr. aparecem em CAPS LOCK - nem mesmo o do pobre
Fofão foi lembrado! Pô, Sony-BMG, que feio!... Jane pode ser lembrada apenas como "a mãe do
Jay Vaquer" pelos mais jovens, hoje em dia (embora eu duvide que ela se importe), mas ela tem vários
sucessos em seu currículo. Cascatinha (o personagem que Castrinho encarnou no programa) e o Fofão foram os fiéis companheiros d'
A Turma nos programas televisivos, e têm um bom nome fora deles até hoje (
quer dizer...).
O álbum termina com o
single da dupla
Jairzinho & Simony: "Coração de Papelão". Posso dizer que: 1) era uma adição completamente desnecessária, e cortou todo o clima do álbum; 2) eu não gosto de "Puppy Love", a canção original; MAS também devo dizer que 3) é compreensível sua inclusão, pois esta canção colocou a duplinha e o bom nome da
Turma nas boas graças do público novamente, mesmo que por pouco tempo; 4) para o bem ou para o mal, esta ainda é a melhor versão em português feita para "Puppy Love". Edgard Poças tinha o poder!
Fonte da imagem: http://www.guiadasemana.com.br/
Somos amigos, amigos do peito...
Eu, pessoalmente, redescobri
A Turma do Balão Mágico com a chegada de meus piolhos:
Nylana e
Matheus. Em algum dia de brincadeiras na sala da antiga casa no Feitosa, minha mãe pôs o disco de 1985 (o primeiro sem
Tob)... e meus piolhos AMARAM! Nylana, inclusive, pediu pra repetir o lado A do disco - será que ela se lembra disso? Mas enfim, foi ali, na altura dos meus 16, 17 anos de idade, que eu fui REALMENTE apreciar a obra dos infantes - na época, eu preferia o Trem da Alegria, porque eles dançavam e falavam sobre o que eu assistia e o que se passava comigo à época. Mas enquanto a maioria do material do Trem desbotou com meu crescimento, a inocência, os temas mais universais e a energia do
Balão sobreviveram melhor ao tempo, e me cativaram a longo prazo.
O que tornou
Edgard Poças o homem perfeito para
A Turma do Balão Mágico foi sua sensibilidade para captar perfeitamente a ótica de uma criança pequena para questões cotidianas do mundo, e conseguir oferecer um raio de esperança também aos adultos pela vinda de melhores dias (especialmente num Brasil passando por um período político e econômico muito pior do que o que vemos hoje). Todas as canções cabem perfeitamente na boca de qualquer criança, e não fazem feio na boca de nenhum adulto. E as canções por ele selecionadas para a
Turma adicionaram à aura de produto especial que eles até hoje carregam.
Esta coletânea serve como toda coletânea deve servir: uma introdução ao trabalho de determinado artista a um público novo, e um lembrete aos fãs do quão bom era (ou ainda é) o seu portfólio. É justamente a conferência do portfólio d'
A Turma do Balão Mágico que estou a fazer neste momento!