quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

053 - E no Balanço das Horas, Tudo Pode Mudar

Olá, amadjeenhus de Tom!!!
Que estão aprontando, hein? Olhem, olhem, se comportem! Nada de ficar zanzando por aí desse jeito, hein? Tio Tom não gosta!
Sejam tod@s bem vind@s a mais uma edição da minha, da tua, da sua, da nossa, da vossa, da del@s... Discoteca!
Hoje, vamos da mais pura nostalgia querendo voltar a ser algo corrente.
Como eu já disse em alguma postagem anterior da Discoteca, eu diferia de meus “pares” por não ouvir as mesmas coisas que el@s ouviam. Minha inclinação sempre foi mais pop e jazz que bundê míusique. Os únicos momentos em que convergíamos era quando algo que eu gostava ficava em voga no momento. O grupo de hoje fez relativo sucesso graças à MTV Brasil de 1998-2000. Brilharam (e sumiram) fito uma estrela cadente. Mas me deixaram alegre por alguns momentos.
Agora, com um retorno-(não-tão-)surpresa, o grupo parece querer recuperar algo de suas glórias passadas. Ao menos, conseguiram uma vaga por aqui!
E vamos aos trabalhos!

Fonte da imagem: www.officialcharts.com/

Single: One Strike
Artista: All Saints
Gravadora: All Saints Recordings/Fascination/Universal
Data de lançamento: 23/02/2016
Em meu celular, chega uma mensagem do Youtube, anunciando a liberação do áudio de One Strike, o novo single das All Saints. Ouvi atentamente, e não aguentei esperar o dia desta postagem ir ao ar - coloquei logo em meu Facebook:
Óbvio que vim correndo escrever sobre o que toca em meus fones de ouvido sem parar por aproximadamente meia hora, para ter uma opinião mais embasada e escrever um pouco sobre este grupo que tanto fez à minha adolescência.
Fonte da imagem: http://www.allsaintsofficial.co.uk/
As All Saints despontaram em 1997, na esteira do sucesso das Spice Girls (todas as gravadoras estavam desesperadas para achar uma girl band e aproveitar a onda), mas elas se formaram ainda antes das Pimentinhas.
Originalmente, Shaznay Lewis, Melanie Blatt e Simone Rainford se juntaram e homenagearam a rua onde fica o estúdio onde se encontraram ao nomear sua banda: All Saints 1.9.7.5.. Elas conseguiram um contrato com a ZTT, e lançaram um single. Em meio a tensões, Simone deixou e as Santas seguiram como duo para mais um single. Com o segundo fracasso seguido, a ZTT as largou. A sorte virou quando Melanie reencontrou uma amiga de infância, Nicole Appleton – que logo trouxe junto sua irmã mais velha, Natalie.
Um contrato com a gravadora London as colocou de vez no mapa, e elas foram vistas como uma alternativa às Spice Girls: tinham apelo a um público de idade maior, uma atitude mais agressiva, figurino similar para todas (tops esportivos com calças cargo, horrível) e raramente sorriam. E ainda tinham um trunfo: o raro talento de Lewis para composição (“Never Ever” será sempre um clássico pop de orgulhar qualquer envolvid@). Mas a fórmula se esvaiu MUITO rápido com a sucessão de barracos homéricos brigas internas e elas se separaram em 2001, pouco mais de dois meses após o lançamento de seu segundo álbum, “Saints & Sinners”.
Fonte da imagem: http://www.allsaintsofficial.co.uk/
O clima ruim seguiu por anos, e até a amizade ruiu (com direito a autobiografia bombástica, álbuns-solo flopados e participações imperceptíveis em filmes), mas em 2006, parece que elas resolveram todos os seus assuntos pendentes e retornaram à cena com nova gravadora (Parlophone), um single que foi um sucesso europeu (“Rock Steady”), mas o álbum “Studio 1” foi um fracasso monumental e elas se viram novamente sem gravadora.
Ano passado, nove anos após “Studio 1”, elas anunciaram um novo contrato e a gravação de um novo álbum, “Red Flag”, para ser lançado em algum ponto de 2016! E a hora está chegando! E exatamente neste dia 23, elas liberaram este primeiro single para audição no YouTube e venda nos mais variados canais.
Sobre One Strike: elas não fizeram segredo de que a música trata do momento em que o casamento de Nicole com um certo roqueiro idiota ruiu – o momento em que ele a telefonou para dizer que engravidou outra mulher, nem deve ter doído, essa...
Fonte da imagem: http://www.allsaintsofficial.co.uk/
Como sempre, as letras de Shaznay são o diferencial no mar da música pop atual. Como disse um jornalista que não lembro quem foi – apenas que foi do Yahoo Music – as Appleton traziam o sex appeal, Blatt trazia a acessibilidade (nem todo mundo gosta de gente que não sorri) e Lewis dava às três classe. One Strike não tem nada de “safado, cachorro, sem-vergonha” ou choradeira de “olha o que você fez com a minha alma”: trata apenas de UM MOMENTO – aquele em que tudo que parecia estar maravilhoso vira de cabeça pra baixo (“E só com um estalo meu mundo incendeia...”), e a narrativa segue sem melodrama.
Musicalmente, One Strike mostra que as harmonias das All Saints continuam em boa forma. Os vocais são relaxados, suaves e contidos, sem firulas, sem arroubos (algo que eu acho que poderia ter sido mudado, ao menos na parte que coube a Nicole - outro ponto é o porquê de a bridge ficou a cargo de Natalie, quando sua letra dizia tão mais à irmã?). As batidas que remetem ao ska evocam o clima de “Studio 1”, mas a produção do co-autor Hutch faz uma atmosfera ambiente meio relaxante, meio futurista, que lembra muito o período em que as meninas trabalharam com William Orbit nos singles de “Saints & Sinners”.
Fonte da imagem: http://www.allsaintsofficial.co.uk/
Depois de tanto escutar, minha impressão sobre One Strike mudou, mas não muito. É uma música legal, sim. Na mesma vibe de tudo o que as All Saints já faziam, inegável. Mas não vejo como material forte o bastante para ser lançado como O SINGLE DE RETORNO – mesmo erro que as Spice Girls cometeram ao lançar “Headlines” em 2007: lançaram como single uma canção que, nos tempos áureos, no máximo seria um b-side. Espero de coração que a aceitação do público seja boa e que o novo álbum não sofra do mesmo destino de “Studio 1”.
Um fato que torna o single ainda mais digno é que a simples menção da existência da canção possa ter irritado o traidor adúltero fidumagota Liam Gallagher, a ponto dele ir se doer todo em seu Twitter, para meu divertimento – não, eu não gosto dele. NADA!
Nicole, meu bem: você está muito melhor sem ele!

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

051 - Recomeçando a Vida

AMORES DA VIDA DE TONZINHOOOOO!!! Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Boa madrugada insone! Bom sei-lá-que-horário!!!
Que bom lhes ver por aqui, estava com muitas saudades (eu sei, eu sempre estou, sou carentasso e blá-blá-blá...)!
Quais as novas? Oxe, foi nada! Jura? Que bom! Também estou nesta fase de retornos, parece que fica tudo mais difícil, né? Mas ponha na sua cabeça que você já sabe os procedimentos, tudo ficará mais fácil depois do choque inicial, vai por mim - ou melhor, vamos juntos!
Sim, sim, sim, sigamos com a Discoteca! Eu baixei este álbum que eu queria há muito escutar, mas não sabia se teria coragem devido ao grande amor que tenho às semi-origens da artista que retrataremos hoje. Mas bastou uma postagem no Instagram da Blau Reis sobre um restaurante com garçons-cantores (sobre o qual ela também falou em seu blog) que me deu a coragem de ouví-lo. E a querida ainda sugeriu que eu escrevesse sobre ele. Pois cá está!
E vamos aos trabalhos!

Fonte da imagem: http://www.abbaofficial.com/

Álbum: Something's Going On
Artista: Frida
Gravadora: Polar/Universal
Data de lançamento: 06/09/1982
Fonte da imagem: http://blogarea53.blogspot.com.br/
Era uma vez uma cantora ruiva. Bem exibida e cheia de vida, que brilhava quando pisava em um palco, como uma estrela. Um dia, ela virou MESMO uma estrela. Conheceu um rapaz, também músico, que viria a ser seu noivo. Com o amigo do noivo e a sua esposa, a ruiva viria a formar um grupo – um literal super-grupo, pois todos os quatro já eram estrelas. A constelação conquistou o mundo com uma música pop acessível e despretensiosa. Mas um dia, os casais se desfizeram e a mágica, pouco a pouco, perdeu o efeito...
Eis a hora exata para Anni-Frid Synni Lyngstad, codinome Frida, mostrar que ela não era apenas um A perdido no BBA e exibir ao mundo o que a pôs no mapa – e no ABBA – em primeiro lugar. A decisão causou um fuzuê no meio artístico – o escritório da gravadora Polar recebeu mais de quinhentas canções dos mais variados lugares do mundo! Frida levou o tempo que julgou necessário para que tudo saísse como ela queria – e o resultado surpreendeu.
Fonte da imagem: http://www.raffem.com/
Largando o pop leve e deveras peso pena ingênuo, Something’s Going On iniciou mostrando que Frida não canta mais “Fernando” veio a passeio jogando um rock pesado e agressivo vindo de Stephen “It Might Be You” Bishop (“Tell Me It's Over”). O lado A seguiria raivoso, alternando entre rocks e reggaes com letras cheias de postura desafiadora, até fechar com a balada eletrônica “To Turn to Stone”, do oscarizado mago disco Giorgio Moroder, que prepara o ouvinte para a choradeira cheia de ressentimento que serviu de escola para Alanis, Kellys, Taylors e Adeles (eita, que vou me lascar todinho por ter escrito isso!...) será o lado B.
No meio do xororô e das DR's de tudo, há toques de Bryan “Slave to Love” Ferry (“The Way You Do”) e até mesmo um lindo poema de Dorothy Parker (“Threnody”) transformado em canção a pedido de Frida por um Per Gessle pré-Roxette. Outro amigo sueco, Thomas Ledin, também conseguiu emplacar uma composição (a mezzo-ska-mezzo-hard rock “I Got Something”) no álbum. Como nenhuma tempestade dura para sempre nem perdura sem deixar espaço para que surja um arco-íris, Something’s Going On fecha com uma nota otimista, com a sacolejante “Here We’ll Stay”.
Fonte da imagem: http://abbaregistro.blogspot.com.br
A palavra mágica de Something’s Going On é Phil Collins. Não apenas pela sua participação maravilhosa em “Here We’ll Stay”, mas porque ele é o produtor do álbum. As semelhanças com os trabalhos anteriores de Frida estão presentes: a inventividade nos arranjos e a incrível entrega vocal, além da energia da cantora, mas o líder da Genesis trouxe sua técnica furiosa característica na bateria, além do espírito de seu álbum à época, “Face Value”, que lidava com os mesmos assuntos de que a ruiva queria tratar – a regravação de “You Know What I Mean” é prova cabal disso. Mas nada disso faz com que um suplante o outro, de modo algum. Eles são forças iguais se complementando em face de um objetivo em comum: um grande álbum. Something’s Going On não é um álbum puramente de Frida ou de Phil – é o belo resultado do encontro de duas almas em sintonia pelos seus machucados similares.
O primeiro single, “I Know There’s Something Going On”, é uma faixa de Russ Ballard (roqueiro da pesada, gravado até pelo KISS) feita para ser poderosa – onde Phil tem todo o espaço do mundo para mostrar suas habilidades como baterista e Frida mostra novas camadas de profundidade como intérprete. A faixa foi um sucesso mundial – foi inclusive, no Brasil, tema da novela “Louco Amor”. Os outros singles (“To Turn to Stone” para Américas e Ásia, “I See Red” para a África, “Tell Me It’s Over” para a Europa e “Here We’ll Stay” mundialmente), infelizmente, não seguiram o mesmo caminho. “Here We’ll Stay”, inclusive, teve de ser regravada como canção-solo, porque Collins não quis se envolver mais no projeto – poxa, que feio, vey!...
Fonte da imagem: http://www.usatoday.com/
O resultado do álbum – cerca de um milhão e meio de cópias vendidas no mundo – seria muito bom para qualquer artista iniciante. Mas Frida já era uma estrela de primeira grandeza, e comparando com os resultados de seu tempo com o ABBA até “Super Trouper”, a vendagem deixou muito a desejar. Mas nada que a intimidasse ou assustasse a gravadora Polar – tod@s @s envolvid@s sabiam que era um projeto de alto risco, e um som tão diferente do que já era conhecido faria com que o público existente pudesse se sentir alienado. Ainda assim, é de se notar que Something’s Going On é o álbum-solo mais vendido de qualquer um dos integrantes do ABBA.
Todos os riscos valeram a pena. Claro, ela ainda gorjeia como um pássaro, mas a diversidade do material e a liberdade de gravar solo, obviamente, lhe permitiram entrar num território musical diferente. Frida escapou das limitações criativas de ser um membro de um dos grupos mais populares do mundo e (se) entregou (n)um álbum sólido e fascinante.

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

047 - Morte Lenta e Dolorosa

Olá, crionçada!!!
Que bom lhes ver novamente, agora!
Como estão tod@s vocês? Oxe, gente... Jura? Está se cuidando? Não vá andar no sereno, hein? Olhe, olhe!!!
Caso vocês estejam estranhando a demora em postar coisas novas aqui na Discoteca - assim como na Filmoteca e na Biblioteca -, explico: estou escrevendo todas as postagens loucamente ao mesmo tempo, e pretendo as ir colocando, uma a uma, em dias seguidos, até atingir o ponto da “agenda normal”. Espero que compreendam, e fico grato pela paciência!
Mas isso vem também justificar esta postagem atropelada: eu TINHA que postar isto, hoje, AGORA, para vocês, senão eu iria explodir! Pronto, postei!
E vamos aos trabalhos!

Fonte da imagem: https://www.letras.mus.br/

Single: Paredão Metralhadora
Artista: Banda Vingadora
Gravadora: Sony
Data de lançamento: 2016
Fonte da imagem: http://www.bocaonews.com.br/
Natural de Itabuna, na Bahia, a Banda Vingadora surgiu no cenário maceioense neste 2016 com as mesmas força e virulência das grandes one-hit wonderers baianas que sempre ultrapassam as fronteiras nos carnavais. Mas em seu estado natal, é um fenômeno de público e vendagem, com sua líder Tays Reis levando o bundê míusique a um novo patamar, regado a um tal de “violino do poder”.
Escrevo esta postagem no domingo 31 de janeiro, após ser exposto pela primeira vez ao single que promete ser “a música do carnaval”, composta por Reis e Aldo Rebouças: Paredão Metralhadora. Já havia ouvido falar nesta banda antes, mas nada que me fizesse sequer ter a curiosidade. Mas hoje, fui exposto a esta canção por vezes seguidas (obra tanto de playboys praianos quanto de camelôs, então, já tive a base necessária para escrever o que vocês lerão.
Fonte da imagem: http://www.bocaonews.com.br/
Para falar apropriadamente de Paredão Metralhadora, farei minha melhor personificação de Roger Ebert:
Eu odiei esta “obra”. Odiei, odiei, odiei, odiei, odiei esta “obra”. Odiei cada momento de deboche com a audiência que pudesse ouvir isso. Odiei cada batida simulando uma metralhadora (muito lenta) com conotações de duplo sentido feitas de modo extremamente chulo. Odiei a sensibilidade que achou que alguém com bom senso neste mundo pudesse gostar disso. Odiei o fato de que há quem inevitavelmente vá REALMENTE gostar duma porqueira dessas.
Saudades de Sheila Mello...

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