quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

051 - Recomeçando a Vida

AMORES DA VIDA DE TONZINHOOOOO!!! Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Boa madrugada insone! Bom sei-lá-que-horário!!!
Que bom lhes ver por aqui, estava com muitas saudades (eu sei, eu sempre estou, sou carentasso e blá-blá-blá...)!
Quais as novas? Oxe, foi nada! Jura? Que bom! Também estou nesta fase de retornos, parece que fica tudo mais difícil, né? Mas ponha na sua cabeça que você já sabe os procedimentos, tudo ficará mais fácil depois do choque inicial, vai por mim - ou melhor, vamos juntos!
Sim, sim, sim, sigamos com a Discoteca! Eu baixei este álbum que eu queria há muito escutar, mas não sabia se teria coragem devido ao grande amor que tenho às semi-origens da artista que retrataremos hoje. Mas bastou uma postagem no Instagram da Blau Reis sobre um restaurante com garçons-cantores (sobre o qual ela também falou em seu blog) que me deu a coragem de ouví-lo. E a querida ainda sugeriu que eu escrevesse sobre ele. Pois cá está!
E vamos aos trabalhos!

Fonte da imagem: http://www.abbaofficial.com/

Álbum: Something's Going On
Artista: Frida
Gravadora: Polar/Universal
Data de lançamento: 06/09/1982
Fonte da imagem: http://blogarea53.blogspot.com.br/
Era uma vez uma cantora ruiva. Bem exibida e cheia de vida, que brilhava quando pisava em um palco, como uma estrela. Um dia, ela virou MESMO uma estrela. Conheceu um rapaz, também músico, que viria a ser seu noivo. Com o amigo do noivo e a sua esposa, a ruiva viria a formar um grupo – um literal super-grupo, pois todos os quatro já eram estrelas. A constelação conquistou o mundo com uma música pop acessível e despretensiosa. Mas um dia, os casais se desfizeram e a mágica, pouco a pouco, perdeu o efeito...
Eis a hora exata para Anni-Frid Synni Lyngstad, codinome Frida, mostrar que ela não era apenas um A perdido no BBA e exibir ao mundo o que a pôs no mapa – e no ABBA – em primeiro lugar. A decisão causou um fuzuê no meio artístico – o escritório da gravadora Polar recebeu mais de quinhentas canções dos mais variados lugares do mundo! Frida levou o tempo que julgou necessário para que tudo saísse como ela queria – e o resultado surpreendeu.
Fonte da imagem: http://www.raffem.com/
Largando o pop leve e deveras peso pena ingênuo, Something’s Going On iniciou mostrando que Frida não canta mais “Fernando” veio a passeio jogando um rock pesado e agressivo vindo de Stephen “It Might Be You” Bishop (“Tell Me It's Over”). O lado A seguiria raivoso, alternando entre rocks e reggaes com letras cheias de postura desafiadora, até fechar com a balada eletrônica “To Turn to Stone”, do oscarizado mago disco Giorgio Moroder, que prepara o ouvinte para a choradeira cheia de ressentimento que serviu de escola para Alanis, Kellys, Taylors e Adeles (eita, que vou me lascar todinho por ter escrito isso!...) será o lado B.
No meio do xororô e das DR's de tudo, há toques de Bryan “Slave to Love” Ferry (“The Way You Do”) e até mesmo um lindo poema de Dorothy Parker (“Threnody”) transformado em canção a pedido de Frida por um Per Gessle pré-Roxette. Outro amigo sueco, Thomas Ledin, também conseguiu emplacar uma composição (a mezzo-ska-mezzo-hard rock “I Got Something”) no álbum. Como nenhuma tempestade dura para sempre nem perdura sem deixar espaço para que surja um arco-íris, Something’s Going On fecha com uma nota otimista, com a sacolejante “Here We’ll Stay”.
Fonte da imagem: http://abbaregistro.blogspot.com.br
A palavra mágica de Something’s Going On é Phil Collins. Não apenas pela sua participação maravilhosa em “Here We’ll Stay”, mas porque ele é o produtor do álbum. As semelhanças com os trabalhos anteriores de Frida estão presentes: a inventividade nos arranjos e a incrível entrega vocal, além da energia da cantora, mas o líder da Genesis trouxe sua técnica furiosa característica na bateria, além do espírito de seu álbum à época, “Face Value”, que lidava com os mesmos assuntos de que a ruiva queria tratar – a regravação de “You Know What I Mean” é prova cabal disso. Mas nada disso faz com que um suplante o outro, de modo algum. Eles são forças iguais se complementando em face de um objetivo em comum: um grande álbum. Something’s Going On não é um álbum puramente de Frida ou de Phil – é o belo resultado do encontro de duas almas em sintonia pelos seus machucados similares.
O primeiro single, “I Know There’s Something Going On”, é uma faixa de Russ Ballard (roqueiro da pesada, gravado até pelo KISS) feita para ser poderosa – onde Phil tem todo o espaço do mundo para mostrar suas habilidades como baterista e Frida mostra novas camadas de profundidade como intérprete. A faixa foi um sucesso mundial – foi inclusive, no Brasil, tema da novela “Louco Amor”. Os outros singles (“To Turn to Stone” para Américas e Ásia, “I See Red” para a África, “Tell Me It’s Over” para a Europa e “Here We’ll Stay” mundialmente), infelizmente, não seguiram o mesmo caminho. “Here We’ll Stay”, inclusive, teve de ser regravada como canção-solo, porque Collins não quis se envolver mais no projeto – poxa, que feio, vey!...
Fonte da imagem: http://www.usatoday.com/
O resultado do álbum – cerca de um milhão e meio de cópias vendidas no mundo – seria muito bom para qualquer artista iniciante. Mas Frida já era uma estrela de primeira grandeza, e comparando com os resultados de seu tempo com o ABBA até “Super Trouper”, a vendagem deixou muito a desejar. Mas nada que a intimidasse ou assustasse a gravadora Polar – tod@s @s envolvid@s sabiam que era um projeto de alto risco, e um som tão diferente do que já era conhecido faria com que o público existente pudesse se sentir alienado. Ainda assim, é de se notar que Something’s Going On é o álbum-solo mais vendido de qualquer um dos integrantes do ABBA.
Todos os riscos valeram a pena. Claro, ela ainda gorjeia como um pássaro, mas a diversidade do material e a liberdade de gravar solo, obviamente, lhe permitiram entrar num território musical diferente. Frida escapou das limitações criativas de ser um membro de um dos grupos mais populares do mundo e (se) entregou (n)um álbum sólido e fascinante.

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Um comentário:

  1. Queria colocar o emoticon das palmas, mas sei que não irá funcionar e ficará aparecendo aqueles ETs... rsrsrs
    Que bom que você seguiu o meu conselho!!!
    Eu não sabia que a Frida tinha lançando esse projeto solo, achei bacana e, com certeza, bem diferente do estilo do ABBA. Mas senti que ela ainda está pressa nos anos 80 e, talvez, por isso não tenha feito tanto sucesso. Hoje, a minha impressão é que as pessoas só querem hip-hop e pop americano.
    Aqui, faço um desabafo, fiquei chocada com a Nelly Furtado trocou a "I'm like a bird" pela "Maneater".
    Assim, fico feliz que a Frida não tenha tomado uma decisão comercial e, sim, seguido fazendo o que gosta e com o que se identifica.

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