Olá, pessoa querida que me acompanha nesta doideira que é a Filmoteca! Que bom lhe ver por aqui!
Bem, devo pedir desculpas a tod@s vocês pela falta de postagens destas últimas semanas - tanto aqui, na Discoteca (vocês devem ter notado que minha última postagem no ar foi sobre o álbum natalino do CORETFAL, e nem tinha uma introdução, por assim dizer, completa), quanto na Filmoteca e na Biblioteca.
A razão é simples: como vocês já sabem, eu costumo escrever as postagens com algum espaço prévio (exceto aqueles textos vindos de rompantes) e já programo sua ordem para ir ao ar. Mas então, dia dezenove de dezembro, o Blogspot resolveu pregar uma peça com todos nós e deixar a página de atualização das postagens instável. Nenhuma postagem abria. Eventualmente, nem mesmo a página que mostra as postagens resolveu colaborar com yours truly. E as postagens que estavam já programadas foram ao ar do jeito que estavam, completas ou não. E fiquei sem acesso aos bastidores de qualquer dos meus blogs. Cruel, isto, não?
E então, chegou a surpresa número dois: hoje, dia doze de janeiro, nosso querido Blogspot resolveu voltar a funcionar.
Pensei sobre o que fazer, e decidi dar seguimento à agenda como estava prevista - portanto, por favor, não estranhem se encontrarem postagens ainda de 2015 por aqui. Eventualmente, eu alcançarei o prazo corrente e os blogs seguirão normalmente. Por ora, vou informando tod@s vocês sobre as postagens nos Trigêmeos conforme elas forem sendo finalizadas e indo ao ar.
Grato pela compreensão de sempre, gente! E então, partamos à obra de hoje, que é disso que o povo gosta, não é?
Na manhã de ontem, dia 11 de janeiro de 2016, cheguei ao trabalho e fui surpreendido por um de meus colegas lendo a manchete da morte de David Bowie. Aos 69 anos recém-completados e com um álbum recém-lançado e em plena fase de promoção. Não é preciso dizer que o espanto foi geral. Houve boatos antes, mas foi na década passada, e eles se dissiparam após o grande retorno e os constantes shows mundo afora.
Ele era conhecido como "o camaleão do rock", mas eu nunca consegui vê-lo assim. OK, ele nunca era o mesmo a cada novo álbum, a cada novo espetáculo. Cada trabalho (ou a cada par ou trio de álbuns), ele investia em novos ritmos e desafiava as convenções do rock, do pop, das estações de rádio. As personas em que ele mergulhava também não eram fáceis de serem digeridas - e talvez por isso, mesmo, ele falava tão diretamente com sua geração e com @s mais jovens, ávid@s por se diferenciarem (mesmo entre seus pares) e por conhecerem novos conceitos, discutirem e expandir suas mentes. Gênio!
Então, hoje, a Discoteca traz o lançamento mais recente do Homem das Estrelas como forma de homenageá-lo, tal qual a Filmoteca fez com a grande Marília Pêra. Não havia outra coisa a se fazer, aqui.
Fica aqui meu registro de saudação a David Bowie.
Bem, devo pedir desculpas a tod@s vocês pela falta de postagens destas últimas semanas - tanto aqui, na Discoteca (vocês devem ter notado que minha última postagem no ar foi sobre o álbum natalino do CORETFAL, e nem tinha uma introdução, por assim dizer, completa), quanto na Filmoteca e na Biblioteca.
A razão é simples: como vocês já sabem, eu costumo escrever as postagens com algum espaço prévio (exceto aqueles textos vindos de rompantes) e já programo sua ordem para ir ao ar. Mas então, dia dezenove de dezembro, o Blogspot resolveu pregar uma peça com todos nós e deixar a página de atualização das postagens instável. Nenhuma postagem abria. Eventualmente, nem mesmo a página que mostra as postagens resolveu colaborar com yours truly. E as postagens que estavam já programadas foram ao ar do jeito que estavam, completas ou não. E fiquei sem acesso aos bastidores de qualquer dos meus blogs. Cruel, isto, não?
E então, chegou a surpresa número dois: hoje, dia doze de janeiro, nosso querido Blogspot resolveu voltar a funcionar.
Pensei sobre o que fazer, e decidi dar seguimento à agenda como estava prevista - portanto, por favor, não estranhem se encontrarem postagens ainda de 2015 por aqui. Eventualmente, eu alcançarei o prazo corrente e os blogs seguirão normalmente. Por ora, vou informando tod@s vocês sobre as postagens nos Trigêmeos conforme elas forem sendo finalizadas e indo ao ar.
Grato pela compreensão de sempre, gente! E então, partamos à obra de hoje, que é disso que o povo gosta, não é?
Na manhã de ontem, dia 11 de janeiro de 2016, cheguei ao trabalho e fui surpreendido por um de meus colegas lendo a manchete da morte de David Bowie. Aos 69 anos recém-completados e com um álbum recém-lançado e em plena fase de promoção. Não é preciso dizer que o espanto foi geral. Houve boatos antes, mas foi na década passada, e eles se dissiparam após o grande retorno e os constantes shows mundo afora.
Ele era conhecido como "o camaleão do rock", mas eu nunca consegui vê-lo assim. OK, ele nunca era o mesmo a cada novo álbum, a cada novo espetáculo. Cada trabalho (ou a cada par ou trio de álbuns), ele investia em novos ritmos e desafiava as convenções do rock, do pop, das estações de rádio. As personas em que ele mergulhava também não eram fáceis de serem digeridas - e talvez por isso, mesmo, ele falava tão diretamente com sua geração e com @s mais jovens, ávid@s por se diferenciarem (mesmo entre seus pares) e por conhecerem novos conceitos, discutirem e expandir suas mentes. Gênio!
Então, hoje, a Discoteca traz o lançamento mais recente do Homem das Estrelas como forma de homenageá-lo, tal qual a Filmoteca fez com a grande Marília Pêra. Não havia outra coisa a se fazer, aqui.
Fica aqui meu registro de saudação a David Bowie.
Fonte da imagem: https://en.wikipedia.org/
Álbum: Blackstar
Artista: David Bowie
Gravadora: ISO/Columbia
Data de lançamento: 08/01/2016
David Robert Jones foi um camaleão musical, que mudou e ditou tendências influenciadoras da cultura pop e do mundo fashion, sempre alterando seu estilo musical, visual e performático para acompanhar cada novo passo. Em outras palavras, David Bowie foi o protótipo de Madonna (deixo que cada um faça sua conjuntura particular sobre sucessos e comparações).Álbum: Blackstar
Artista: David Bowie
Gravadora: ISO/Columbia
Data de lançamento: 08/01/2016
Ao longo de cinco décadas, Bowie brincou com as regras das canções que tocam nas rádios e desafiou as convenções do rock’n’roll, brincando com jazz, com música erudita, gospel, pop, variadas vertentes da música eletrônica, disco, funk, soul, R&B e até com o rap – sempre escudado por personas representativas de determinados trabalhos, como o Major Tom, o mensageiro espacial Ziggy Stardust, o gato Halloween Jack e o fascista Thin White Duke.
Uma carreira bem prolífica até uma abrupta parada no início dos anos 2000, que trouxe muitos rumores sobre seu estado de saúde. Após o hiato de quase dez anos, ele voltou à ativa, se aventurando pelo art rock com afinco, enquanto batalhou em segredo contra problemas de saúde como o câncer de fígado que viria a tirar sua vida numa época tão curiosa (meros dois dias após o seu 69º aniversário). Quando escutei todas as canções de Blackstar no canal de Bowie no YouTube, senti um tom extremamente fúnebre nas canções – “escolha estranha de álbum para se lançar logo no seu dia de aniversário”, pensei. Os eventos dos últimos dias anunciaram: este álbum foi preparado com o claro intento de ser uma carta de despedida para ser lida após a passagem de seu escritor. Como o fiel escudeiro, o produtor Tony Visconti, disse: Blackstar é seu “presente de despedida”. Ele inicia a terceira faixa, sugestivamente titulada “Lazarus” (o homem ressuscitado por Jesus), dizendo “olhe para cima, eu estou no céu” e finaliza com “como aquele pássaro azul, eu estarei livre”.
Em vários momentos, Blackstar parece reverenciar os álbuns anteriores (especialmente os da década de 1970 e “Black Tie White Noise”), mas não sem ter sua própria identidade, como toda boa obra de David Bowie: os experimentos com o art rock derivados do álbum de estúdio anterior, “The Next Day”, continuam aqui, com toques de avant-garde jazz e batidas de música eletrônica. “Sue (Or in a Season of Crime)” foi regravada para esse álbum (foi uma faixa inédita na compilação “Nothing Has Changed”, de 2014 – o lado b do single, “'Tis a Pity She Was a Whore”, também foi regravada e aqui figura). Quando vi o título, imaginei a razão de esta canção estar ali, mas os novos detalhes do arranjo a tornaram bem melhor, aqui, e a letra, entregando sua doença e seu tratamento (“ligaram da clínica, tudo bem com os raios-X”), não poderia ficar de fora do atestado do que se passava na cabeça de Bowie nos meses de gravação de Blackstar.
Todo o conteúdo lírico da obra é lúgrube (para dizer o mínimo) e começa reconhecendo o legado deixado para trás (na faixa-título, ele diz “leve seu passaporte e seus sapatos, eu não sou um popstar. Leve seus sedativos, eu sou uma estrela negra”) e fazendo uma despedida tranquila na derradeixa faixa, “I Can't Give Everything Away” (“sei que algo está muito errado”).
Como não haveria tempo para uma turnê ou apresentações formais que pudessem mostrar uma nova persona, Blackstar trouxe logo três no clipe de sua faixa-título: o introvertido e atormentado Button Eyes (que reapareceria no clipe de “Lazarus”), um “malandro extravagante” e o Sacerdote, figura misteriosa e sinistra sempre a carregar um livro gravado com uma estrela negra.
Um “Let's Dance” Blackstar não é (sim, meu álbum favorito de DB é “Let's Dance”, me julguem!) – até pela enorme intensidade que carrega e o põe o mais longe do pop que Bowie já foi na vida, mas esta pérola indicaria um esplêndido retorno à forma, se não fosse maravilhoso testemunho do legado que o Starman deixou. É uma anomalia em sua discografia – David não era compositor autobiográfico, e suas canções em primeira pessoa se escondiam atrás das personas apresentadas – o que não ocorre aqui. Talvez por isso, mesmo, Blackstar alcança um nível de brilhantismo que não era conhecido – é exatamente o que David Bowie fez e buscou em toda a vida: pura arte.
VEJAM TAMBÉM! | |
Biblioteca "Manual do Arquiteto Descalço" (técnico) Johan Van Lengen |
Filmoteca "Elvira, a Rainha das Trevas" (longa-metragem) James Signorelli |
Mitou até na hora de morrer.
ResponderExcluirHe will be free... Que descanse em paz!!!