Olá a tod@s!
Sejam bem-vind@s à minha Discoteca, um local onde pretendo falar sobre um álbum (singles e EP's também contam) a cada quatro dias - trocar impressões sobre a Quarta Arte e seus/suas oficiantes, e, talvez, até puxar assuntos outros que a obra em questão puder chamar à minha cachola.
Será que esta nova empreitada perdurará? Ouvir um disco por dia (até mais) é fácil! Agora, discorrer sobre uma ou duas obras semanalmente... Hmmmmmmmm... Não sei - mas se eu não tentar, não saberei jamais, não é, gente? Enfim, espero ter tod@s vocês comigo, por aqui - e também na minha Biblioteca e na minha Filmoteca, todas abrindo hoje, também!
Sendo assim, podemos iniciar os trabalhos. Decidi abrir minha Discoteca com uma memória nada recente e terna demais para mim: o primeiro álbum que eu ganhei. O título do post já deu alguma pista?
Sejam bem-vind@s à minha Discoteca, um local onde pretendo falar sobre um álbum (singles e EP's também contam) a cada quatro dias - trocar impressões sobre a Quarta Arte e seus/suas oficiantes, e, talvez, até puxar assuntos outros que a obra em questão puder chamar à minha cachola.
Será que esta nova empreitada perdurará? Ouvir um disco por dia (até mais) é fácil! Agora, discorrer sobre uma ou duas obras semanalmente... Hmmmmmmmm... Não sei - mas se eu não tentar, não saberei jamais, não é, gente? Enfim, espero ter tod@s vocês comigo, por aqui - e também na minha Biblioteca e na minha Filmoteca, todas abrindo hoje, também!
Sendo assim, podemos iniciar os trabalhos. Decidi abrir minha Discoteca com uma memória nada recente e terna demais para mim: o primeiro álbum que eu ganhei. O título do post já deu alguma pista?
Fonte da imagem: http://www.clicrbs.com.br/
Álbum: Casa de Brinquedos
Artista: Vários
Gravadora: Ariola/BMG
Data de lançamento: 1983
Álbum: Casa de Brinquedos
Artista: Vários
Gravadora: Ariola/BMG
Data de lançamento: 1983
Tom nasceu às 3 horas da madrugada de uma quinta-feira, 28 de julho de 1983 (sim, leitor@ curios@ e ávid@ por matemática, hoje eu completo 32 anos...), na Maternidade Paulo Neto, no Centro de Maceió. Após alguns dias lá, fui liberado juntamente com dona Sassá para ir para a casa onde eu passaria os próximos dezoito anos e onze meses, no bairro do Feitosa - onde me aguardavam meus dois primeiros presentes: a gata Xuxa e esta obra da qual falarei especificamente a partir do próximo parágrafo.
Em 1983, Toquinho experimentava sucesso com sua obra-prima (e, como eu já havia declarado anteriormente, minha canção favorita EVER): "Aquarela". A canção estourou, o disco estava vendendo que nem água no deserto, e ele ainda tinha outra carta na manga para o ano: o filão do público infantil estava sendo explorado como nunca antes, graças ao sucesso das edições d'"A Arca de Noé", de "Plunct, Plact, Zuuum" e o fenômeno Turma do Balão Mágico a despontar. Nada mais natural que se reunir com parte da nata da MPB da época e preparar mais uma obra pros pequenos, ao estilo da Arca.
Toquinho, junto com Mutinho (e, na faixa de abertura, com Fernando Faro), compôs uma série de canções explorando brinquedos, situações e objetos que fazem parte do mundo infantil. E a fina flor da MPB de 1983 embarcou no universo lúdico mais uma vez (não existe almoço grátis todos querem aumentar seu público; pensar no futuro de sua carreira é importante) e contribuiu para que todos os jogos e brincadeiras ganhassem vida na imaginação dos pequenos ouvintes por um tanto mais de meia hora.
As músicas são um primor, como quase tudo o que Toquinho faz. E o disco ainda traz outra de suas obras-primas: "O Caderno", que virou presença obrigatória em eventos de escolinhas e livros de português, junto a "Aquarela" (e aqui, interpretado por Chico Buarque). Os intérpretes não fazem feio, também! O incrível é que as canções todas poderiam muito bem fazer parte da discografia oficial de seus intérpretes, musicalmente falando - e ainda assim, formam uma obra coesa, o que é muito raro. Claro, há algumas escorregadelas ("A Bola" tem uma letra datada e claramente pensa que bola só serve pra futebol e que meninas não brincam com ela e "O ursinho de Pelúcia" contém uma referênciaque me deixa horrorizado desde pequeno um tanto incômoda a olhares de 2015), mas nada que comprometa (muito) o resultado final. A minha preferida pessoal é "Macaquinho de Pilha", impossível não sair sambando com o gingado de Carlinhos Vergueiro e Paulinho Boca de Cantor (aposto que vocês achavam que eu ia falar n'"O Caderno", né? É minha segunda, seguida pela pacifista "Espingarda de Rolha" da Baby Consuelo do Brasil)! Aliás, uma pesquisa rápida trouxe surpresas: eu jamais imaginaria que Simone teve um hit nas rádios com sua contribuição a este disco.
Para aquel@s que não são fãs do vinil como eu não precisam se preocupar (de todo): Esta beleza foi reeditada em 2011, com duas diferenças: uma capa nova (eu prefiro a original, mas esta até que não compromete) e a ausência de Simone, que, não permitiu que sua "Bicicleta" aparecesse na reedição, sabe Deus o porque. A canção, então, foi regravada por Isabella Taviani. Não que a nova versão tenha ficado ruim - na verdade, a regravação, de diferente, tem apenas a voz -, mas QUE FEIO, CIGARRA!
O resultado final do disco, além de agradabilíssimo e de bom gosto, fez sucesso - tanto que a Rede Globo logo preparou um especial com as canções do disco e seus artistas para ser exibido no Dia das Crianças, com texto de Wilson Rocha e direção de Augusto César Vannucci. A proposta não é nenhuma surpresa: a menina Aretha adentra uma casa onde brinquedos ganham vida e vão revelando seus mistérios a ela, com muita música e mágica. Vendo com olhos de 2015, o resultado saiu tosquíssimo, mas ainda assim é divertido de assistir - e é de se perguntar a razão de nenhuma rede televisiva (nem mesmo a TV Cultura) fazer, mais, este tipo de especiais. O público, com certeza, está carente de programas assim.
Reflito como um garoto crescido entre as décadas de 1980 e 1990 - o início da era das crianças postas sob os cuidados da "babá eletrônica": eu tive a sorte de crescer num conjunto de rua de barro com várias crianças, onde brincávamos muito todas as noites e fins-de-semana (eu estudava à tarde, e a maioria de manhã). Usávamos nossos brinquedos, éramos super-heróis, combatentes em guerra, apresentadores de televisão, rockstars, tínhamos trabalhos de escritório, às vezes até dirigíamos nossos carros e lidávamos com a vida doméstica. Um álbum como "Casa de Brinquedos" se faz importantíssimo nestes tempos em que cada vez menos as crianças têm acesso a um de seus mais básico direitos: socialização através de brincadeiras. Vendo tantas crianças já nascendo com um mouse e um smartphone na mão, passando seu tempo livre quase que exclusivamente em frente a um aparelho de televisão e um tanto quanto absortas em temas cada vez mais adultos, eu me pergunto qual efeito teria nesta criança, de repente, a experiência de manusear um ginasta e brincar com uma peteca. Quem sabe esta obra não seja o que falta pra despertar nesta criança a curiosidade sobre que brinquedos são estes?
Em 1983, Toquinho experimentava sucesso com sua obra-prima (e, como eu já havia declarado anteriormente, minha canção favorita EVER): "Aquarela". A canção estourou, o disco estava vendendo que nem água no deserto, e ele ainda tinha outra carta na manga para o ano: o filão do público infantil estava sendo explorado como nunca antes, graças ao sucesso das edições d'"A Arca de Noé", de "Plunct, Plact, Zuuum" e o fenômeno Turma do Balão Mágico a despontar. Nada mais natural que se reunir com parte da nata da MPB da época e preparar mais uma obra pros pequenos, ao estilo da Arca.
Toquinho, junto com Mutinho (e, na faixa de abertura, com Fernando Faro), compôs uma série de canções explorando brinquedos, situações e objetos que fazem parte do mundo infantil. E a fina flor da MPB de 1983 embarcou no universo lúdico mais uma vez (
As músicas são um primor, como quase tudo o que Toquinho faz. E o disco ainda traz outra de suas obras-primas: "O Caderno", que virou presença obrigatória em eventos de escolinhas e livros de português, junto a "Aquarela" (e aqui, interpretado por Chico Buarque). Os intérpretes não fazem feio, também! O incrível é que as canções todas poderiam muito bem fazer parte da discografia oficial de seus intérpretes, musicalmente falando - e ainda assim, formam uma obra coesa, o que é muito raro. Claro, há algumas escorregadelas ("A Bola" tem uma letra datada e claramente pensa que bola só serve pra futebol e que meninas não brincam com ela e "O ursinho de Pelúcia" contém uma referência
Fonte da imagem: http://www.youtube.com/
Chico Buarque sem graça com os desenhos flutuando ao seu redor.
Chico Buarque sem graça com os desenhos flutuando ao seu redor.
Para aquel@s que não são fãs do vinil como eu não precisam se preocupar (de todo): Esta beleza foi reeditada em 2011, com duas diferenças: uma capa nova (eu prefiro a original, mas esta até que não compromete) e a ausência de Simone, que, não permitiu que sua "Bicicleta" aparecesse na reedição, sabe Deus o porque. A canção, então, foi regravada por Isabella Taviani. Não que a nova versão tenha ficado ruim - na verdade, a regravação, de diferente, tem apenas a voz -, mas QUE FEIO, CIGARRA!
O resultado final do disco, além de agradabilíssimo e de bom gosto, fez sucesso - tanto que a Rede Globo logo preparou um especial com as canções do disco e seus artistas para ser exibido no Dia das Crianças, com texto de Wilson Rocha e direção de Augusto César Vannucci. A proposta não é nenhuma surpresa: a menina Aretha adentra uma casa onde brinquedos ganham vida e vão revelando seus mistérios a ela, com muita música e mágica. Vendo com olhos de 2015, o resultado saiu tosquíssimo, mas ainda assim é divertido de assistir - e é de se perguntar a razão de nenhuma rede televisiva (nem mesmo a TV Cultura) fazer, mais, este tipo de especiais. O público, com certeza, está carente de programas assim.
Fonte da imagem: http://www.youtube.com/
If you're seein' things runnin' through your head, who can you call? MPB-4...
If you're seein' things runnin' through your head, who can you call? MPB-4...
Reflito como um garoto crescido entre as décadas de 1980 e 1990 - o início da era das crianças postas sob os cuidados da "babá eletrônica": eu tive a sorte de crescer num conjunto de rua de barro com várias crianças, onde brincávamos muito todas as noites e fins-de-semana (eu estudava à tarde, e a maioria de manhã). Usávamos nossos brinquedos, éramos super-heróis, combatentes em guerra, apresentadores de televisão, rockstars, tínhamos trabalhos de escritório, às vezes até dirigíamos nossos carros e lidávamos com a vida doméstica. Um álbum como "Casa de Brinquedos" se faz importantíssimo nestes tempos em que cada vez menos as crianças têm acesso a um de seus mais básico direitos: socialização através de brincadeiras. Vendo tantas crianças já nascendo com um mouse e um smartphone na mão, passando seu tempo livre quase que exclusivamente em frente a um aparelho de televisão e um tanto quanto absortas em temas cada vez mais adultos, eu me pergunto qual efeito teria nesta criança, de repente, a experiência de manusear um ginasta e brincar com uma peteca. Quem sabe esta obra não seja o que falta pra despertar nesta criança a curiosidade sobre que brinquedos são estes?
E agora, após uma longa gestação, COMEÇOU! Está aberta a Discoteca do Tom! Espero que vocês tenham gostado da proposta, e voltem sempre! Não se esqueçam de comentar, pois eu sou muito carente, hein?
Até sábado, com o segundo disco!
Até sábado, com o segundo disco!